Por isso expressei aqui a “minha opinião” e relação com a mídia televisiva, Rede Globo. Uma das justificativas para essa “dificuldade de relação” é que, historicamente, ela sempre esteve distante das causas, e sempre preconceituosa com que diz respeito às canções.
Pertenço ä primeira geração do Hip Hop brasileiro, uma geração que revolucionou, e passou DISTANTE dessa mídia, hoje vista, como essencial para que possamos ser divulgados, mais conhecidos. Em tempo, mas que conhecido, seja reconhecido.
E aí: fomos mais fortes SEM a Rede Globo!!!
Pois bem, como explicar: os anos 90 foram de ouro para o Rap Nacional, com revistas, milhares de rádios comunitárias, zines, poucos sites especializados, sem NENHUM apoio da Vênus Platinada e de emissoras afins, vistas hoje como tábuas da salvação.
Digo mais: eles não nos entendiam, não nos captavam.
Não existíamos em sem sensores que rastreiam “boas novas” simplesmente pela nossa origem e principalmente por não considerem que nos fazíamos música.
Com a explosão mundial do Rap Americano, ganhamos o “bálsamo do rastreamento” e passaram a investir, através da Indústria Fonográfica em algum grupos. Criaram o termo “Cantar Hip Hop” para esconder, “Cantar Rap” por eles taxados de violento, nada instrutivo e outros adjetivos.
E continuou a moldagem, até hoje dizem que o profissionalismo no hip hop está ligado a palcos mais estruturados, efeitos, mega apresentações e eu estou convencido que a nossa evolução é APROFUNDAMENTO dos TEMAS!
Junto com a indústria, veio a mídia, partidos políticos...
Como se relacionar com esses novos territórios?
Tem um parte significativa que preferiu esquecer o passado. Eu não.
Primeiro: entendo que a relação com esses novos territórios têm que ocorrer com muita atenção e sempre centrado na leitura, na historicidade das relações entre poder, empoderados e governos.
A minha postura sempre foi de Estado: sou uma célula de um grande estado chamado Hip Hop, juventude negra, pobre, periférica, trabalhadores, trabalhadoras e todas as especificidades desse planeta.
“Não desviar na reta do fim das vozes do início” – Trinta anos depois, tenho essa regra como prática diária. A minha geração, ou melhor, alguns membros dela, sonhavam com auto gestão, com um nós por nós, em fazermos nós mesmos o nosso diálogo, bater de frente com todos esses que trabalham para nos alienar, para que nada mude, e por aí vai...
Sempre achei que ficar de olho no quintal do vizinho é coisa feia, e na falta de estratégias nossas, embarcamos na nau do opressor, que continua com as mesmas premissas, não mudou em nada, no máximo muda as palavras para dizer a mesma coisa...
Mas escrevam aí... esse barco não vai afundar tão cedo, ele vai navegar e antes do naufrágio, vai atirar muita gente ao mar sem fornecer bote salva vidas.
Em tempo... Votei no nos representantes que hoje Governam o Estado Brasileiro e o GDF, tenho boas relações com eles... Mas nunca me rendi a eles, falo o que quero, na hora que quero e eles têm me respeitado como Estado, ou essa relação hoje não existiria. Não tenho salário do governo, não sou candidato, não tenho agenda de shows privilegiada, mas sou sim reconhecido por eles com uma pessoa importânte na relação entre esses dois territórios: Periferia e Poder Público.
Podia sim ter agenda lotada, carro zero, e um monte de bugingangas que muitos se esforçam de todas as formas pra ter, mas optei por ter uma vida razoavelmente equilibrada e da qual eu possa orgulhosamente dizer: respeito quem faz, mas EU não faço parte disso!
Lembrem-se: Nunca venda nem empreste a sua liberdade.
GOG!
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