AOS QUE FORAM.
Reginaldo Rosse |
A produção cultural
das décadas passadas, acumulou uma diversidade em todos os gêneros da cultura, nessas décadas em que tenho participado do cenário cultural
como compositor, músico e militante, me
surgem algumas indagações e
reflexões.
Os grandes artistas que deram linha e textura nas discussões
nacionais sobre a cultura, estão partindo, um a um.
O nosso modelo de sociedade
está mais preocupado em
lucrar com qualquer tipo de cultura, mesmo que degrade as novas gerações.
Assim, os novos talentos
que deveriam contribuir para a
evolução e renovação dos conceitos da
estética cultural com ritmos, cores, movimento
entre outros elementos que definem nossos costumes, esses novos artistas não tem chance de
aparecer em nível relevante para serem notados.
Com isso, já vamos para a segunda década de Eguinhas
pocótos, perereca no chão,baba baby, além da distorção do sertanejo
para um Mobral de duplo sentido e profissionalização da deprimência constante:
assim eu bebo pracarai, uso um Camaro, e quando não morremos de
acidentes trágicos, matamos o espírito das
novas gerações.
Que nasçam cresçam e reproduzam os seres
mágicos desse mundo, aqueles que transformam gerações, levantam polêmicas
em hábitos milenares,inovam e propõem outras
visões e texturas para os novos dias.
E que possamos percebê-los em meio as multidões de cópias desse sistema reprodutivo de opressão, ouvi-los
em meio a poluição sonora que nos cerca, come-los ao invés dos enlatados e
vivermos anos realmente novos.
Por Máximo Mansur